FGA: a favor ou contra o kartismo gaúcho?

Estive em Venâncio Aires, neste final de semana, para narrar as provas da Copa Gaúcha de Kart, que teve a participação de 26 pilotos em oito categorias. Fui no meu carro acompanhado do amigo/piloto Lucas Borges e combinamos de encontrar com o André Matzenbacker e família no posto Basso, no trevo de saída pra Ernestina. Saímos no sábado, por volta das 5:30h da manhã e chegamos em Venâncio eram perto das 8 horas. Começou a cair uma chuvarada por volta das 9 da manhã, o que se prolongou durante toda a tarde e noite. Mesmo assim alguns corajosos foram pra pista passar o chassis. Surgiam algumas dúvidas quanto ao regulamento da Copa, como por exemplo, a utilização da marca do pneu, peso da categoria PRO 400 e o para-choque traseiro. Só pra ficar claro que a realização da prova foi do VKC e a supervisão da FGA. Por isso, tudo o que fosse relacionado a regulamento seria de responsabilidade da Federação. No briefing de domingo, o diretor de prova Faísca colocou algumas observações do regulamento técnico e desportivo. Quando citou que as baterias da PRO 400 teriam a duração de 30 minutos, houve protestos de pilotos da categoria. Depois, em reunião fechada entre comissários, decidiram alterar pra vinte voltas.

Gostaria de fazer algumas considerações pelo o que ouvi nos bastidores: a taxa de inscrição era de R$150. O combustível deveria ser pago separadamente no valor de R$5 o litro. Os pneus deveriam ser da marca MG, pois o mesmo tem homologação da FGA, o que encarece o custo. Houve muitas reclamações da prova por parte dos pilotos, com relação aos custos absurdos de uma prova supervisionada pela FGA. Alguns diziam que era melhor fazer uma regional, nos moldes da Prova Amigos do VKC, ocorrida em abril deste ano. O que me surpreendeu mais em tudo isso foi o valor que a Federação Gaúcha de Automobilismo cobrou do Venâncio Kart Clube: R$6.000,00. Isso mesmo! Faça a conta: multiplique o número de pilotos inscritos (26) pelo valor da inscrição (150). O resultado é de R$3.900!!! Até eu fui prejudicado com tudo isso. Tive que receber pela narração um valor simbólico para ajudar a diretoria do VKC a pagar os custos da prova!!!

Para onde vai este dinheiro? O que a entidade máxima do automobilismo gaúcho faz com esse valor? Quais são os investimentos? Onde querem chegar? Por que cobrar um valor tão absurdo que não paga nem os custos da prova? A FGA é a favor ou contra o kartismo gaúcho?
A direção do VKC procurou o presidente da FGA para esclarecer o valor a ser pago, mas ele não quis recebê-los num hotel de uma cidade ali perto. Porquê?

É lamentável atitudes como estas acontecerem num esporte tão praticado aqui no RS e que ganha cada vez mais adeptos em kartódromos gaúchos. A saída é copiar a idéia do Bagé Kart Clube. Lá os mais de 60 pilotos que correm de motor RD não precisam pagar carteira, não se incomodam com gastos de regulamento, cinco quilos de alimentos não-perecíveis é o valor da inscrição e o melhor: a FGA não dá pitaco! Aliás até tentaram entrar lá, mas sem sucesso...

Não queremos a extinção da FGA e nem somos contra. Apenas somos a favor de uma política de consenso entre quem organiza e quem participa das competições de kart. Em nome dos pilotos e diretorias de kartódromos, pedimos provas com custos mais acessíveis para que tenhamos mais pilotos prestigiando o nosso esporte! Tenho certeza de que a FGA entende esse pedido e vai continuar trabalhando para o crescimento do kartismo gaúcho!